Transtorno de Pânico

Ester Bergsten Mendes Pereira

O que é

O transtorno de pânico, ou síndrome do pânico, consiste em ataques súbitos de ansidade recorrentes em que se fazem presentes tanto sintomas físicos quanto afetivos. No transtorno de pânico, a pessoa experiencia um medo intenso e repentino que alcança um pico em minutos e no qual se fazem presentes sensações corporais percebidas como ameaça e perigo. A pessoa passa, então, a associar as sensações corporais às circunstâncias em que elas ocorreram, evitando locais e situações nos quais já aconteram ataques de pânico. 

O transtorno de pânico costuma se desenvolver no final da adolescência e início da idade adulta, trazendo prejuízos para a vida pessoal e profissional. Sua origem está relacionada tanto a uma maior vulnerabilidade biológica que a pessoa apresenta quanto a eventos traumáticos em sua vida, como a perda de uma pessoa próxima ou de um emprego.

Sintomas

Para se caracterizar como um ataque de pânico, devem estar presentes pelo menos quatro dos seguintes sintomas, de acordo com o DSM-5:

  • Palpitações, coração acelerado, taquicardia
  • Sudorese
  • Tremores ou abalos
  • Falta de ar ou sensação de sufocamento
  • Sensações de asfixia
  • Dor ou desconforto torácico
  • Náusea ou desconforto abdominal
  • Sensação de tontura, vertigem ou desmaio
  • Calafrios ou ondas de calor
  • Sensações de formigamento
  • Sensações de irrealidade (desrealização) ou de estar distanciado de si mesmo (despersonalização)
  • Medo de perder o controle
  • Medo de morrer

Para ser considerado como transtorno de pânico, essas sensações não podem ser causadas pelo uso de substância (ex: droga de abuso) e não podem ser explicadas por outra condição médica (ex: hipertireoidismo).

Tratamento

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem se mostrado eficaz no tratamento do transtorno de pânico. O tratamento é adaptado para cada pessoa que chega ao consultório com sua própria história de vida e de vivência do transtorno. Entretanto, ele segue um plano terapêutico que consiste fundamentalmente em:

  • Orientar a pessoa a respeito do transtorno, suas causas, funcionamento, tratamento e prognóstico.
  • Ensinar técnicas para lidar com o medo e a ansiedade, como exercícios de respiração e relaxamento
  • Trabalhar os pensamentos que desencadeiam o ataque de pânico
  • Ajudar a pessoa a se expor gradualmente a situações temidas. Quanto mais ela entrar em contato com essas situações, menos ameaçadoras elas serão com o passar do tempo. 

Referências

American Psychiatry Association (APA). (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (M.I.C. Nascimento et al., trad., A.V. Cordioli et al., rev. técnica). Porto Alegre: Artmed.
Barlow, D.H. (1999). Manual clínico dos transtornos psicológicos. 2a.ed. Porto Alegre: Artmed.
Knapp, P. e cols. (2004). Terapia cognitivo-comportamental na prática clínica. Porto Alegre: Artmed.