Como lidar com a culpa? Essa é a pergunta que o psicólogo Rodrigo Fernando Pereira, do Núcleo Interface, busca responder no artigo publicado na revista Grandes Temas do Conhecimento: Psicologia, número 43. Confira um trecho do texto:
O primeiro passo para lidar com a nossa própria culpa, então, é identificar se o que estamos sentindo é uma culpa construtiva ou destrutiva. A culpa construtiva está relacionada a uma ação concreta que fizemos e que vai contra os nossos princípios e valores, causando mal a alguém ou a nós mesmos. Nesse caso, o problema não é o sentimento de culpa, e sim as nossas ações. Apenas através de uma mudança nas nossas atitudes podemos amenizar o surgimento desse tipo de culpa. A culpa construtiva é, então, um chamado para que possamos mudar.
Não ajuda, no caso de realmente termos feito algo de errado, ficarmos “remoendo” os nossos erros. Devemos aprender com eles e seguir em frente. Do contrário, caímos no risco de ficar constantemente nos condenando, dizendo para nós mesmos: “eu não sou bom”, “eu não faço nada direito”, “eu não sirvo para nada”. Se formos muito longe com isso, entramos num modo de vitimização e autopiedade que passa a permear nossas vidas. Se você fez algo errado, analise a situação, entenda o que levou você a agir dessa forma, pense no que pode aprender com isso e siga em frente. Sem autocomiseração.
Na maior parte das vezes, no entanto, o sentimento de culpa com o qual temos que lidar não se refere a algo que realmente tenhamos feito. A culpa é frequentemente confundida com o medo, especialmente o medo de julgamento, da perda das pessoas próximas e dos resultados indesejáveis das nossas ações. Ou, pior ainda, é comum que a culpa nos leve a fazer coisas ainda piores para tentar resolvê-la.
A revista pode ser adquirida no site da Editora Mythos.